terça-feira, 24 de julho de 2007

Victória Principal


Matéria publicada originalmente no Portal Angel Loiro
Olá queridos internaltas!
É com muito orgulho que a partir deste mês estarei com vocês aqui no Portal Angel Loiro esclarecendo dúvidas, falando de fatos e acontecimentos, que com certeza alguns de vocês irão se identificar a cada edição. Como artista há 16 anos, desde quando comecei a trabalhar nos palcos da noite GLBT venho acompanhando o crescimento de cada artista, assim como tudo aquilo em que se compõem a personagem de cada um (músicas, visual, comportamento e é claro a MAQUIAGEM). Todos nós (artistas) começamos na maioria das vezes no susto. Quando se percebe já estamos nos palcos da vida. Por todos estes anos várias gerações passaram, a maioria destes ainda estão na virine para o deleite de todos nós. Neste mês venho em especial dar aquele velho empurrãozinho a todos aqueles que estão começando, seja no SHOW BUSINESS ou em trabalhos paralelos como telemensagens, jantares, hostess e festas em geral. Sei o quanto é difícil sair do armário e por a "cara a tapa" com este trabalho, pois o artista além de gostar do que faz, também visa o financeiro(apesar de todo seu esforço, a maioria no início, divulga seu trabalho sem o famoso cachê). Em grande parte achamos que temos o dom da maquiagem, mas nem sempre as coisas são desta maneira. Eu mesma não sabia nem se quer passar um delineador, mas a curiosidade e a busca pela perfeição nos faz muitas vezes verdadeiros chatos em roubar tempo de artistas já habituados a tal proesa. De modo geral, a maquiagem é como se fosse um belo cartão de visitas, juntamente é claro com todo o visual ali apresentado, pois afinal de contas o público é muito exigente e cabe ao artista satisfazer a gana de seus admiradores em assistir uma bela apresentação totalmente harmonizada. Então a pedidos, para este mês venho dar algumas dicas que para muitos pode ser banal, mas tenho certeza que para outros pode ser de boa valia.

MAQUIAGEM BÁSICA
Escolha o tom (de sombra) que combine com sua pele, nada de exageros a não ser que se esteja criando uma nova caricata e faça bem o seu "chuchu"! Procure realçar os traços do seu rosto com um bluch em tons terra-cota e ou rosa médio, para corar as maçãs do seu rosto. Sabemos que somos meninos que se transformam em meninas, então a iluminação pode ser nosso grande inimigo, pois dependendo da ocasião pode derrubar qualquer make-up e não tente fazer a garota somente com um lápis básico e um gloss cor de boca... é o fim! Então prepare bem o seu carão com uma boa base ou corretivo e um digno pó compacto, depois vá para os olhos e abuse das cores(tenha bom senso). Nunca esqueça que os olhos devem ser maquiados de dentro para fora e use tons mais claros na parte de dentro e depois sim as cores pretendidas, para finalizar arremate com um bom fumê, deixando assim seu olhar em evidência e realçará sua obra prima. Logo venha com o temido delineador, não tenha medo, mão firme e descubra o que fica mais adequado, estilo anos 60 ou o que sua imaginação mandar, acentue o bluch preferido, contorne os lábios e arrase no baton.

OBSERVAÇÃO:
Cores, traços. Tudo é muito pessoal. Simplismente procure o que mais combine com você.

MAQUIAGEM COUVER
Bom! Neste caso você deve analisar muito bem se realmente os seus traços condizem com o artista, seja nacional ou internacional, para poder de fato, transmitir ao público a idéia de que você está imitando determinado artista. É claro que aliado a uma boa maquiagem vem o figurino e os trejeitos que cada artista possue (como uma identidade). Vale de tudo para uma boa apresentação: DVD's, fotos, filmes, seja lá o que for para você fazer um bom laboratório e abalar Bangú.

EXEMPLO:
Dandara Rangel como Alcione; Laurita Leão como Vanusa; Érick Barreto como Carmen Miranda; Michelle Summer como Elba Ramalho

MAQUIAGEM DRAG
É meu bem, em meados de 99/2000 ouve um verdadeiro BUM aqui em Poa de geração Drag. Maquiagens estravagantes, muita purpurina, bocas bem marcadas, sílios postiços e exuberantes.Tudo para que as pessoas percebecem que ali não se tratava de uma personagem qualquer, comum, foi a onda da ATITUDE. Em termos de Drag temos ai a Drag Queem, já tão conhecido por todos os seus atributos e também a Top Drag, onde outros artistas se identificam fazendo um novo estilo, tipo mulherão, marcante, com um pouco mais de sutileza na maquiagem(mas sem perder a inspiração) e muito atrevimento nos figurinos. Se você se identifica com qualquer um destes estilos, abuse da sua produção, diferencie tanto no carão como na produção. Lembre-se: tem as bate-cabelo ou não; isto não é regra. Seja você mesma, mas não pague um KING KONG usando uma maquiagem básica saindo por ai dizendo que você é Drag e com a peruca solta, isto se você bater-cabelo pode ser o fim de sua festa e deixar você traumatizada. Inspire-se!!!! É normal, inspirar-se em alguém que admiramos muito o trabalho, mas com o tempo acaba-se desabrochando sua personagem, ficando assim para tráz a idéia de que você imitava alguém. Outra boa dica é esconder as sombrancelhas com sabonete e cola (óbvio que devidamente aparada e livre de exessos de pêlos) vale de tudo desde que fique um carão no truque e que funcione na noite e não se esqueça de um bom par de sílios postiços. Se vc vai bater peruca uma dica quente é a cola de madeira, aplique no frontal e nas laterais de sua peruca e "força na peruca"! O importante é você ter noção e segurança no que esta fazendo. ARRAZE!

EXEMPLOS:
Dimmy Kieer, Letícia Dummond e Gisela Beauty

Se você tem uma barba muito serrada experimente aplicar um pouco de baton vermelho, isso mesmo, mas cuidado para não exagerar. Também dê uma esfumaçada nas laterais do nariz com sombra marrom, isto dá uma afinada e na pontinha do nariz para dar uma arrebitadinha. Isto também vale para as laterais (mandibula inferior) ajuda a afinar seu rosto. Na região dos olhos, aplique um tom mais claro do seu pó compacto, vai dar uma aliviada nas olheiras. Enfim, o importante é você sair arrazando por ai e é normal uma certa insegurança nos traços iniciais, mas nada que sua força de vontade e talento não faça você se realizar e se apresentar em público com grande êxito. Procure seu estilo, aperfeiçoe-se e arrase nos palcos e nas festas que a vida lhe propõe.
Derrube o preconceito do glitter, coloque aquele modelão e FORÇA NA PERUCA!
Brilhe muito!
Seja deslumbrante!
Victória
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Victória Principal
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Uma questão de Justiça


Matéria publicada originalmente no Portal Angel Loiro

Estamos vivendo na era dos direitos humanos. Por tudo que se diz, por tudo que se proclama e defende, se deveria estar vivendo na época de maior plenitude do indivíduo, aureolado por uma gama de direitos e garantias. O Estado precisaria ter mecanismos ágeis e eficazes para garantir ao ser humano viver em um estado democrático de direito. As instituições sociais tinham que estar imbuídas da necessidade de preservar o cidadão e a própria sociedade. Para dar efetividade ao imenso rol de direitos que o Estado assegura aos seus cidadãos é outorgo a um Poder o encargo de fazer justiça. Mas no próprio âmbito da jurisdição, os mais comezinhos direitos humanos são violados.A lei não consegue acompanhar o acentuado desenvolvimento econômico, político e social dos dias de hoje. Não há condições de albergar todos os fatos sociais dignos de regramento. Os juízes precisam se conscientizar de que as regras legais não podem servir de limites à prestação jurisdicional. Ao que escapa da normatização ordinária, precisa encontrar uma resposta nos direitos fundamentais que cada vez mais vêm buscando guarida em sede constitucional. A falta de lei não significa ausência de direito. A Constituição elegeu como seu dogma maior a dignidade da pessoa humana, calcado nos princípios da igualdade e liberdade. Principalmente os vínculos interpessoais, muito mais sensíveis às mudanças sociais, não se comportam no âmbito da legislação tradicional. O surgimento de novos paradigmas leva à necessidade de rever os modelos preexistentes, impondo interpretações criativas ao modelo ditado pela lei. Mister reconhecer que a liberdade é um dos pilares do direito e que a igualdade está calcada muito mais no reconhecimento da existência das diferenças.
Precisam os juízes arrostar as novas realidades que lhes são postas. Atentar ao contexto histórico e cultural da sociedade, não olvidando que a quebra da ideologia patriarcal decorrente da chamada revolução feminina, a liberação dos costumes, bem como o surgimento dos métodos contraceptivos e a evolução da engenharia genética, acabaram por redimensionar o próprio conceito de família. Não dá mais para identificar como família a relação entre um homem e uma mulher unidos pelos sagrados laços do matrimônio.Rompidos os paradigmas da família, que se esteava na tríade casamento, sexo e reprodução, necessário reconhecer que é a presença do vínculo afetivo que identifica a entidade familiar. Nesse conceito plural, não só as chamadas uniões estáveis e as famílias monoparentais, mas também as relações homossexuais, hoje chamadas de relações homoafetivas, estão enlaçadas no âmbito do Direito das Famílias.Assim, cabe ao juiz pensar e repensar a relação entre o justo e o legal. Não pode buscar subsídios nas regras de direito posto, que não prevêem as situações novas. Precisa ter coragem de ousar na hora de decidir. Sob o fundamento de inexistir previsão legal, não pode o magistrado se omitir e simplesmente negar direitos. Tal revela-se como mera tentativa de punir quem ousa viver de forma diversa do modelo convencional. É a forma mais perversa de exclusão, pois configura condenação à invisibilidade, alijamento do âmbito de tutela jurídica. Esta não é a função da Justiça.

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Desembargadora Maria Berenice Dias,
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quarta-feira, 18 de julho de 2007

Nossa Solidariedade



NOSSA SOLIDARIEDADE
AOS AMIGOS E FAMILIARES DAS VITIMAS DO LAMENTÁVEL ACIDENTE AÉREO OCORRIDO EM SÃO PAULO NO DIA 17/07/2007
Um dia eu tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia
com o Senhor
e no céu passavam cenas de minha vida.
Para cada cena que passava,
percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia:
um era meu e o outro do Senhor.
Quando a última cena da minha vida
passou diante de nós, olhei para trás,
para as pegadas na areia,
e notei que muitas vezes,
no caminho da minha vida,
havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu
nos momentos mais difíceis
e angustiantes da minha vida.
Isso aborreceu-me deveras
e perguntei então ao meu Senhor:
- Senhor, tu não me disseste que,
tendo eu resolvido te seguir,
tu andarias sempre comigo,
em todo o caminho?
Contudo, notei que durante
as maiores tribulações do meu viver,
havia apenas um par de pegadas na areia.
Não compreendo por que nas horas
em que eu mais necessitava de ti,
tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho.
Jamais te deixaria nas horas
de prova e de sofrimento.
Quando viste na areia,
apenas um par de pegadas,
eram as minhas.
Foi exatamente aí,
que te carreguei nos braços.

sábado, 14 de julho de 2007

Sexy Olypians

No Ritmo dos Jogos Panamericanos no Rio de Janeiro


Sexy Olypians
Colocado por DavtonPerth
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Village People - YMCA (version originale) 1978


Village People - YMCA (version originale)
Colocado por scorpiomusic
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Village People - Macho Man (version longue)


Village People - Macho Man (version longue)
Colocado por scorpiomusic
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Morre o transformista Laura de Vison

Matéria publicada originalmente no Blog Gang do Banheirão.

A alegre noite carioca está de luto. Ícone do transformismo brasileiro, Laura de Vison morreu no último domingo, de insuficiência respiratória, por conseqüência de complicações decorrentes de uma cirurgia para tratamento de problemas de hérnia, realizada há oito meses. O enterro aconteceu na segunda-feira, às 14h, no cemitério de Inhaúma, no Rio.
O preconceito sempre fez parte da vida de Norberto Chucri David, carioca do Engenho de Dentro, filho de pais libaneses que comercializavam tecidos com a ajuda dos filhos Odete, Ivete, Humberto, Hoover e Norberto, que estudou na Faculdade Nacional de Filosofia com licenciatura em filosofia, psicologia e história. Durante muitos anos, Laura lecionou comportadíssima: cabelo penteado para trás, terno, gravata e uma cinta para diminuir o seio. Retrato de um profissional sério que, mesmo assim, enfrentou discriminações.
Tudo bem, Norberto nunca foi um professor convencional - um dia se vestiu de Cleópatra para explicar a história egípcia - mas amava a profissão. Quando os seios começaram a brotar, morto de vergonha, o menino disfarçava as formas protuberantes com blusas largas. Apesar disso, as crianças notavam:
- Elas faziam chacota com meus peitinhos e minhas pernas, que eram bem femininas.
Laura nunca mais subirá, poderosíssima, a escadaria que a levava ao estrelato no bar Boêmio, no Centro do Rio. Ali, foi aplaudida por turistas, antropólogos, sociólogos, atores, cantores e personalidades internacionais como o estilista Jean Paul Gaultier. Quando soube que Laura lecionava história e moral e cívica na rede pública, Gaultier ficou pasmo: "Interessante essa faceta dupla, isso não seria permitido pela moral francesa", disse o estilista, levado ao show pela equipe do ELA quando esteve no Rio de Janeiro.
Balde de água nos espectadores e êxtase nos xingamentos.
Seus shows antológicos eram uma espécie de videoclipe. Quando interpretava "Súplica cearense", jogava um balde de água nos espectadores. Em "This is my life", se transformava numa enfermeira e comia fígado. Volta e meia rolava, absolutamente nua, por uma escada, assistida por até 600 pessoas:
- Uns sentiam aversão, outros amavam - diz Laura.
Em "O fantasma da ópera", comia o cérebro do fantasma: dois miolos crus, quase 300 gramas:
- Eu fazia essas coisas incorporando Laura. Em meu estado normal jamais seria capaz.
Nos shows, que duravam uma hora e meia, ela alternava sua coleção de quase cem vestidos - que iam do tradicional a trajes mais sexy como baby-dolls e espartilhos - 40 perucas coloridas, 50 sapatos e botas, chapéus e muita pluma, guardados no confortável dúplex da estrela, bem no coração da Glória.
- O público me xingava de tudo, atingindo o êxtase. Para mim também era um ato de libertação.
Comparada à americana Divine, Laura conta que só teve uma paixão na vida. Pelo professor Carneiro, de português. Tinha então 14 anos e pensava nele dia e noite:
- Adorava quando ele me chamava ao quadro-negro. Nunca mais tive um sentimento igual.
Desde então, sua vida foi uma busca desenfreada de prazeres. Relata que, numa noite de carnaval, chegou a ter relações sexuais 49 vezes:
- Sou muito volúvel, amo a vida e o prazer.
Laura fez muito sucesso nas décadas de 60, 70, 80 e 90 como transformista. Seu nome artístico surgiu ainda na década de 60, quando desfilava de biquíni e casaco de pele no Carnaval carioca. Até recentemente, Laura fazia shows na noite carioca em aparições festejadas.
O último trabalho de Laura foi a peça teatral "Dei a Elza em você", em 2006. No espetáculo, três drag-queens decadentes decidem montar um show com rapazes musculosos.
Entre seus trabalhos, ela fez o filme "Cazuza - O tempo não pára", (2004) e a minissérie para TV "Incidente em Antares". Laura ganhou diversos prêmios como a Medalha de Ouro no Festival de Bruxelas com o filme "O Bigode da Aranha", Candango de Ouro, em Brasília, e Sol de Prata, no Fest Rio, na categoria de melhor ator em "Mamãe Parabólica".


Laura de Vison saiu de cena no último domingo, 08 de julho.
Uma das figuras mais originais da nossa cultura, nos deixou na madrugada.
Ela foi uma escola para muitas que passaram pelo Boêmio e o Cabaret Casanova, na Lapa, Rio de Janeiro.
Antes de morrer, ele casou-se com sua empregada, para que ela ficasse com o seu apartamento e a pensão dele.
Assim como Carmem Miranada e outras divas, ela ficará na eternidade.


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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Julho: Mês do Orgulho


Matéria publicada originalmente no Portal Angel Loiro.

Os movimentos sociais geralmente nomeiam certas datas como representativas de suas lutas. O movimento feminista, no dia 8 de março, relembra as mulheres queimadas em uma fábrica. O movimento pela reforma agrária nomeou o dia 30 de novembro como representativo de sua luta. Pensemos no nosso caso. O movimento homossexual já foi descrito como uma “Sopa de Letrinhas” por uma pesquisadora paulista, Regina Facchini. Disse ela que ao mesmo tempo em que amplia suas possibilidades de sujeito político, o movimento homossexual aprimora seu calendário de lutas. Vou tentar refletir, nesta primeira coluna, sobre duas datas desse calendário do movimento homossexual. Já temos o Dia Mundial Contra a Homofobia que ocorre em 17 de maio desde 2006. Há o Dia Mundial do Orgulho Homossexual comemorado dia 28 de junho. Temos também o Dia da Visibilidade Lésbica estabelecido em 29 de agosto. Toma corpo a discussão da instituição do Dia da Travesti, no final de janeiro, se não me engano. Entendo estas datas tanto como rituais que remontam a datas históricas como momentos privilegiados de reflexão de nossas questões políticas. Pensemos sobre o dia 17 de maio. Sou filiado da mailing list da Associação Internacional de Lésbicas e Gays (ILGA) há algum tempo. Lembro-me, ano passado, recebendo um e-mail que instituía o dia 17 de maio como o Dia Internacional contra a Homofobia. Pensei: “que sacada”, já que remontava ao ano de 1990 em que a homossexualidade foi retirada da lista de desvios e transtornos mentais em uma assembléia da Organização Mundial de Saúde (OMS). Houve, com intencionalidade, uma (re)significação do dia. Com o fato da homossexualidade ser considerada crime em cerca de 80 países, dos quais 9 condenam pessoas por este motivo à pena de morte, realizamos, tanto em 2006 como em 2007, atos e manifestações em todo o Brasil, em uma ação coordenada com outros países. A mesma organização foi garantida em Florianópolis em 2007. Nessa capital, pesquisadores, parlamentares, defensores dos direitos humanos e jovens homossexuais concentraram-se na Praça XV, a principal da cidade, e reivindicaram que a Organização das Nações Unidas (ONU) oriente os estados-membros na descriminalização da homossexualidade. Uma reivindicação local foi que seja aprovada a criminalização da homofobia no Brasil, além do projeto de lei da vereadora Ângela Albino (PC do B/SC) que institui o 17 de maio como o Dia Municipal contra a Homofobia, Lesbofobia e Transfobia. Entendo o dia 17 de maio como representando a solidariedade dos setores progressistas com as vítimas da homofobia, exercida principalmente através da formação da população sobre a temática. Um momento ímpar para a reflexão acerca desse ódio e aversão direcionado aos homossexuais e segmentos correlatos. Assim, sugiro que sejam pensadas ações educativas de formação das pessoas visto que, na rua, pouco se sabe sobre a homofobia como um conceito. É necessário que sejam elaborados pequenos textos informativos, sendo sua distribuição qualificada, ou seja, deve-se falar sobre homofobia e seus impactos com os transeuntes em um ato ou manifestação. Esta formação envolve parceria com rádios locais e populares. As idéias devem fluir para que os encaminhamentos sejam garantidos sem as “neuras” contemporâneas, por exemplo, a falta de recursos e a eterna divagação irrelevante, comum nos movimentos sociais. Interessante uma matéria lida no Portal da SECAD, que nos leva a entender, a partir de outro contexto, que uma ação de “enfrentamento” requer interlocução e unidade entre diversas instituições e sujeitos políticos. O ano de 2007 presenciou o “enfrentamento” à homofobia direcionado pelo movimento homossexual brasileiro. A homofobia e seu impacto na vida concreta de lésbicas e gays foram problematizados na rua, no asfalto. Em todas as capitais e muitas cidades médias houve um posicionamento perante a sociedade feito pelos homossexuais. Agora nos preparamos para o Dia Mundial do Orgulho Homossexual. A bandeira do arco-íris, com suas seis cores radiantes, está sendo hasteada em todo o mundo. Não será diferente no Brasil. Não foi diferente na Parada do Orgulho Homossexual de São Paulo. Como a ILGA fez em relação ao dia 17 de maio, todos nós, impactados pela difusão do movimento homossexual, temos a responsabilidade histórica de pensar que sociedade estamos construindo, em que realidade estamos imersos. Narremos agora a emergência do 28 de junho como Dia Mundial do Orgulho Homossexual. Trago um pequeno trecho da minha dissertação de mestrado (disponível em http://www.procurar.ufsc.br/ NO MEU BLOG IDENTIDADES HOMOSSEXUAIS TEM O LINK CERTINHO):


Um embate político ocorrido em Nova York foi e é emblemático para o movimento homossexual brasileiro e mundial. A história da Rebelião de Stonewall, como foi batizada uma das primeiras manifestações homossexuais contra a repressão promovida em lugares de sociabilidade homossexual, e que vem sendo narrada nos grupos do movimento homossexual brasileiro como um marco de nossa história, lembrada anualmente no Dia Mundial do Orgulho Gay (28 de junho). Esta data é de importância tamanha para os grupos brasileiros que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei (379/03) da deputada Iara Bernardi (PT/SP) que busca instituir o 28 de junho como o “Dia Nacional do Orgulho Gay e da Consciência Homossexual”. Esta Rebelião de Stonewall também é tida como “o início do movimento de liberação gay nos Estados Unidos” (James Green, Além do Carnaval, 2000, p. 458). Aconteceu em Nova York, no bairro Greenwich Village. Um bar chamado Stonewall Inn recebia homossexuais, travestis e lésbicas que encontravam ali um lugar dançante propício para encontros e diversão. As batidas policiais, constantes no local, eram promovidas de forma violenta, em que os militares agrediam fisicamente e faziam chacotas sobre a indumentária e outros marcadores identitários dos freqüentadores, principalmente em relação às travestis. Apesar dos pagamentos constantes feitos pelo proprietário do bar aos policiais para que fizessem menos batidas essas continuaram ocorrendo, e, em junho de 1969, mais especificamente nos dias 27, 28 e 29, em uma destas intervenções policiais, os homossexuais e travestis, impulsionados pelo tensionamento comum em momentos como este, revidaram o exercício de poder punitivo e se revoltaram. Estes três dias de embate contra a polícia representou o marco inicial do movimento homossexual, segundo o próprio movimento. Para Fry e MacRae: “na noite de 28 de junho de 1969, uma sexta-feira, alegando o descumprimento das leis sobre a venda de bebidas alcoólicas, a polícia tentou interditar um bar chamado 'Stonewall Inn', localizado em Christopher Street, a rua mais movimentada da área conhecida como o 'gueto' homossexual de Nova York. O que era para ser simplesmente uma ação policial rotineira, suscitou uma reação inédita (1984, p. 96)”. Nos sites dos grupos homossexuais contemporâneos é possível perceber a importância dada pelos coletivos à nomeada Rebelião de Stonewall. Segundo o site do Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual do Rio de Janeiro (GAI/RJ) sobre Stonewall: “pela primeira vez Lésbicas e Gays como um grupo conseguiram ver além do batom e das plataformas, além da cor da pele e reconheceram a opressão que ameaça a nós todos. O maior de todos os mitos relacionado com o levante de Stonewall é de que foi um acontecimento Gay/Lésbico” (2006). Assim, a Rebelião de Stonewall vem funcionando como um marcador histórico para as identidades ativistas no movimento homossexual, uma vez que é constantemente evocada como marco inicial de uma nova identidade homossexual: a identidade ativista homossexual. Os punhos estendidos observados no filme STONEWALL (FIGURA 4) ao meu ver demarcam o caráter combativo dessas pessoas contra ações e políticas homofóbicas. Luta. Diferente do que muitas pessoas possam vir a pensar, o movimento homossexual tem seu marco inicial em uma luta contra o aparato militar de uma sociedade disciplinar. LINK PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADOCaminhando para a conclusão, gostaria de divulgar-lhes uma publicação recente, organizada pelo pesquisador Fernando Pocahy, integrante da ong Nuances/PoA. O livro é intitulado “Rompendo o Silêncio: homofobia e heterossexismo na sociedade contemporânea”. É uma publicação da entidade Nuances – Grupo pela Livre Expressão Sexual (nuances@nuances.com.br). Além disso, em setembro, mais especificamente nos dias 5 e 6, Florianópolis sediará o “Seminário Homofobia, Identidades e Movimento LGBTTT”, já divulgado neste portal. O evento é organizado pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades da UFSC e pela Rede de Pesquisas Parceria Civil, Conjugalidades e Homoparentalidade. Estão abertas as inscrições em três categorias: para ouvintes, pesquisadores e estudantes do ensino médio. Quem quiser apresentar trabalhos científicos, bem como relatos de experiências tanto na escola como nas ações dos movimentos sociais e/ou governamentais tem até 31 de julho para escrever um resumo e enviá-lo para seleção. Para maiores informações acesse o site www.nigs.ufsc.br/seminariolgbttt. Estarei coordenando, juntamente com Fernando Pocahy (UFRGS) um Grupo de Trabalho sobre “Educação para o combate ao sexismo e homofobia”. No mês de outubro pretendo fazer uma cobertura do seminário, mas ainda está muito longe. Mês que vem publicarei no site uma entrevista bombástica sobre o movimento homossexual na década de 1990, em que entrevistarei testemunhas oculares de processos históricos. Espero que gostem. Não pretendo concluir esta coluna com um final feliz, o “argumento de Hollywood” de Connelly e Clandinin. Prefiro terminar fazendo publicidade. Escreva para construirmos juntos esta nova coluna no site AngelLoiro.
Muito axé.
Abraços e até.
Felipe Bruno Martins Fernandes é doutorando em Ciências Humanas na UFSC.Atualmente trabalha em um projeto de pesquisa intitulado “Análise das políticas públicas da educação vinculadas ao programa federal Brasil Sem Homofobia”.

Contato:
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FELIPE FERNANDES
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Homoafetividade: Um novo Substântivo


Não adianta procurar no dicionário, não está lá, ainda... Mas é uma expressão que já se incorporou ao idioma, não só ao nosso, mas também ao espanhol e ao inglês, passando-se a falar em “uniones homoafectivas” e “homoaffective unions”.Há palavras que carregam o estigma do preconceito. Assim, o afeto a pessoa do mesmo sexo chamava-se “homossexualismo”. Reconhecida a inconveniência do sufixo “ismo”, que está ligado a doença, passou-se a falar em “homossexualidade”, que sinaliza um determinado jeito de ser. Tal mudança, no entanto, não foi suficiente para pôr fim ao repúdio social ao amor entre iguais.
A marca da discriminação resta evidente na omissão da lei em reconhecer direitos aos homossexuais. A negativa do legislador revela nítida postura punitiva, pois condena à invisibilidade os vínculos afetivos envolvendo pessoas da mesma identidade sexual.
Ao denunciar esta evidente afronta à dignidade humana e aos princípios constitucionais da liberdade e igualdade, acabei por cunhar o neologismo “homoafetividade”, na obra intitulada “União Homossexual, o Preconceito e a Justiça”, cuja primeira edição é do ano de 2000.
Na primeira decisão judicial que reconheceu direitos sucessórios ao parceiro sobrevivente, que data de 14 de março de 2001 (AC 7000138982, Rel. Des. José Carlos Teixeira Georgis), a expressão já foi utilizada, tendo sido referida no último julgamento do STJ, de 7 de março de 2006, em que foram assegurados direitos previdenciários às uniões homoafetivas (REsp 238.715, Relator Min. Humberto Gomes de Barros).
Não há como deixar de reconhecer que a expressão “homoafetividade” acabou por ser incorporada ao vocabulário jurídico. Passou-se, agora, a falar em filiação homoafetiva, e até a ser preconizado o surgimento de um novo ramo do Direito: Direito Homoafetivo, estando a surgir muitos escritórios especializados nesta área.
Claro que uma palavra não vai acabar com o preconceito ou eliminar a discriminação, mas o importante é o reconhecimento de que as uniões dos homossexuais são vínculos afetivos e, por isso, merecem ser inseridas no Direito das Famílias, cujo âmbito de abrangência é a identificação de um elo de afetividade.
Já é um bom começo na busca de uma Justiça mais igual!
PARA LER OUTRAS MATÉRIAS DA DESEMBARGADORA DRA. MARIA BERENICE DIAS
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quarta-feira, 11 de julho de 2007

Show com Victória Principal


Show de Victória Principal na Danceteria Studio 54
Rua Visconde de Pelotas, 87
Caxias do Sul - RS

Para ler a coluna de Victória Principal

acesse nosso site:

www.angelloiro.com


sábado, 7 de julho de 2007

PARADA LIVRE - FOZ DO IGUAÇU - PR



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Lançamento da Parada Gay de FOZ do Iguaçu

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PARADA LIVRE - FOZ DO IGUAÇU - PR


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quarta-feira, 4 de julho de 2007

HOT FASHION by EDUARDO RANLUSY

{- HOT (quente), 1. que recebeu ou transmite calor; 2. de elevada temperatura; 3. lugar quente; a cama.- FASHION (moda), 1. maneira; 2. costume; 3. uso que depende do gosto, da fantasia.} Na HOT FASHION você vai saber de informações úteis, novidades da moda, música e cultura.não sou eu que vou ditar o que você deve ou não vestir,ouvir ou ler, eu vou te mostrar opções e informações que podem ou não te ajudar.


Elas são altas, magras, lindas, loiras - Quem acha que Branca e Beatriz Feres são as próximas apostas da São Paulo Fashion Week, está enganado! As gêmeas são atletas do nado sincronizado e competirão nos jogos Pan-Americanos, que acontecem em julho, no Rio de Janeiro. Musas do esporte, as duas foram escolhidas para o ensaio de lançamento da cobertura da temporada de moda pelo Ego. O site traz matérias exclusivas sobre a SPFW e também sobre o Fashion Rio, a semana de moda carioca.

Tupperware da Dixie - A drag queen Dixie Longate (EUA) elevou a arte de venderTupperware a um novo nível, transformando sua história num espetáculo off-Broadway.Em vez de demonstrar os usos dos recipientes de plástico em festas e cafés da manhã em residências suburbanas, Dixie Longate converteu seu amor por Tupperware num espetáculo teatral solo que não tem semelhança alguma com os eventos dos quais participavam donas-de-casa nos anos 1950.Durante o show intitulado "Dixie's Tupperware Party", Longate, um ator de 34 anos chamado Kris Andersson que começou a vender Tupperware na pele de Dixie Longate em 2001, fala, canta e brinca sobre sua vida, além de propor usos alternativos do produto.

Negócio da China - O burburinho da semana na indústria da moda é como em quase todos os outros setores, relativo a estratégias para penetração no mercado chinês. Fala-se no interesse de investidores internacionais na marca de moda chinesa Giordano. Isso mesmo: a nova China tem sede de moda, de estilo e de ter os melhores produtos e serviços. Além do aumento da classe rica, as políticas internas e externas fizeram surgir uma crescente classe média, praticamente inexistente trinta anos atrás.Na área de moda e vestuário, a marca mais desejada por 10 entre 10 jovens chineses até uns cinco atrás era a Giordano. O verbo no passado não indica que a marca não exista mais, ou que seja menos atraente, mas que sua hegemonia foi ameaçada por outras marcas, e que a tendência é de disputas cada vez mais acirradas por este mercado. Giordano, apesar de soar ser uma marca italiana é, na verdade, uma empresa criada por um empresário de Hong Kong em 1983, com o intuito de oferecer roupas coloridas e confortáveis, com preços baixos. Hoje, a empresa é a maior e mais conhecida marcade roupas da Ásia.
Diversificação na moda - Já não é novidade ler a respeito de celebridades lançando coleções de moda.Bom gosto, faro apurado, personalidade forte e estilo sofisticado são sempre as razões apontadas para o sucesso de uma nova marca assinada.Os exemplos são incontáveis e a fórmula tem feito muito sucesso e lucro. A linha Kate Moss para a Topshop continua causando furor entre fashionistas e já há a promessa de uma nova coleção da topmodel para próxima estação. Madonna, Liz Hurley, John Malkovich, Milla Jovovich, Tiger Woods, Penélope Cruz, Sarah Jessica Parker,Ronaldinho Gaúcho, Victoria Beckham entre outros famosos já são considerados talentosos "estilistas".Todos, é claro, em parcerias milionárias com grandes marcas de moda, esportes e bens de consumo.
Gato por Lebre - Com a chegada do inverno no hemisfério sul, os casacos e acessórios para a proteção contra o frio se proliferam. Mesmo considerando as variadas opções oferecidas pelo mercado, é preciso estar atento para as escolhas. Explicando melhor, o inverno passado no hemisfério norte causou diversas discussões, acusações e muito burburinho na indústria da moda por conta do uso de peles nos casacos e acessórios. Na Europa, é quase impossível usar algo com aplicação de peles de animais e não ser alvo de agressões. As associações de proteção aos direitos dos animais têm ganhado terreno, inibindo os consumidores que acreditam terem o direito de usar aquilo que gostam, admiram ou se sentem mais confortáveis. O assunto é controverso e regado a discussões ideológicas. Na prática, o que tem acontecido é uma permanente perseguição às celebridades e formadores de opinião. Por conta dessa atitude, a atriz e cantora Jeniffer Lopez, que não esconde a sua paixão por casacos de vison e de outras peles, reforçou a sua segurança pessoal apesar de negar que tenha recebido ameaça de morte. Não são poucas as ameaças recebidas, principalmente por seguidores do Peta, a mais famosa ONG que luta pelo fim da crueldade com animais.
A vez das bolsas masculinas - Quase todo mundo já notou a tendência das bolsas em se tornarem mais que um mero acessório. Não é raro o surgimento de novas marcas e modelos diariamente, assim como a expansão de lojas no varejo especializadas no item. Acompanhando a tendência de novos modelos, cores e materiais, segue o aumento da freqüência de alternância dos produtos no cotidiano nas consumidoras. No passado as bolsas eram classificadas em duas grandes categorias: esporte - aquelas para o dia a dia no trabalho ou no lazer, e habillé - os modelos sofisticados para a noite. A dinâmica de mudança no estilo de vida fez surgir novas necessidades, vinculadas à diversidade de ambientes a se freqüentar, às roupas e complementos, ao astral, e aos itens obrigatórios dentro de uma bolsa de mulher. Há tempos, piadas a respeito de possíveis objetos capazes de serem encontrados numa bolsa de mulher fazem sucesso. O que ainda não pegou fama, mas já pode ser sentido na sociedade, é a latente necessidade dos homens em carregar cada vez mais coisas - e com estilo.
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E antes de finalizar esta 1° edição da HOT FASHION, se você gosta de música eletrônica se joga na versão 2007 do hit THIS JOY interpretado pela diva VERNESSA MITCHELL feita por esse colunista que lhes fala.
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segunda-feira, 2 de julho de 2007

Martha Wash - It's Raining Men

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Madonna - Frozen

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