quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Psicologia

As atitudes da psicologia em relação à homossexualidade nem sempre foram muito positivas. Pelo contrário: até algum tempo atrás, o amor entre iguais era considerado doença, um “desvio de conduta”.Embora Freud, o pai da psicanálise, não tenha considerado a homossexualidade como doença, ou algo anormal, ela a considerou como uma “perversão”. Os futuros psicanalistas passaram a vê-la então como um desvio do dito desenvolvimento “normal”, uma falha, já que o esperado seria o pleno desenvolvimento de uma genitalidade heterossexual.No campo da psicopatologia, que é a ciência que estuda as “doenças da mente”, uma das maneiras de se responder à questão do que é doença e do que é saúde, é analisando-se o que está dentro da norma estabelecida ou não. Ou seja, o que estiver fora da norma, do esperado, do considerado padrão culturalmente e historicamente, é considerado doença. Diante desta posição, inevitavelmente a homossexualidade foi considerada uma patologia, passível de tratamento e descrita nos manuais psiquiátricos.Entretanto, nenhum “tratamento” até hoje mostrou-se “eficaz”. Desde análises, psicoterapias, tratamentos hormonais, eletro choques, nada foi capaz de mudar a orientação sexual. Além disso, evidenciou-se que tais procedimentos foram extremamente danosos aos pacientes, causando depressão, suicídios e outros problemas.Atualmente, a homossexualidade não é considerada doença, mas sim mais uma expressão, entre tantas outras, da sexualidade do ser humano. Se gays e lésbicas eventualmente estão mais sujeitos às complicações da ordem do psíquico, isso não se deve à sua orientação sexual, mas sim ao preconceito e discriminação da sociedade, que pode gerar grande sofrimento psíquico a quem tem que conviver com eles. Além disso, no Brasil, o Conselho de Psicologia proibiu expressamente que psicólogos tentem qualquer tipo de tratamento com o objetivo de modificar a orientação sexual dos seus pacientes. O psicólogo que fizer isso deve ser denunciado ao Conselho, a fim de que sua licença para exercer a profissão seja cassada. Afinal, não cabe ao psicólogo alterar a orientação sexual de ninguém, mas sim promover a harmonia entre o indivíduo e sua sexualidade, fazendo-o aceitá-la, propiciando que ele tenha relações afetivas felizes e satisfatórias, tenha um aumento de sua auto-estima e melhora em suas relações sociais e familiares em geral.Por fim, apesar da grande vitória rumo a um mundo mais igualitário, com a retirada do rótulo de doença da homossexualidade, ainda há batalhas a serem travadas. A transexualidade, por exemplo, ainda é tida como patologia. Faz-se imprescindível, portanto, uma mobilização dos profissionais da saúde, ativistas e de toda a sociedade consciente, a fim de que seja revertida esta situação injusta e seja conferida a estas pessoas o status de dignidade merecida.

2 comentários:

Anônimo disse...

Está é a RESOLUÇÃO CFP N° 001/99, de extrema importancia diga-se de passagem. E olha que tal resolução tem menos de 10 anos, assim como a saída do termo homossexualidade do CID-10 (Classificação das doenças) ocorrera em 1993 pela Organização Mundial da Saúde, percebe-se o quanto é recente tais considerações. Muito bom o post, eu como futura psicóloga agradeço!

http://ilhadelesbos.zip.net

Anônimo disse...

Gostei muito desse post e seu blog é muito interessante, vou passar por aqui sempre =) Depois dá uma passada lá no meu site, que é sobre o CresceNet, espero que goste. O endereço dele é http://www.provedorcrescenet.com . Um abraço.